sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

RESUMO UNIDADE V - METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO (2014.2)

UNIDADE V: OBSERVAÇÃO COMO CAMPO DE PESQUISA

OBJETIVOS:
  •  Identificar a importância da observação como metodologia na pesquisa.
  • Realizar procedimentos de observação no decorrer da unidade.
Introdução:

A observação científica como técnica objetiva coletar dados que sejam válidos e confiáveis, para a tomada de decisões durante todo o processo de pesquisa.
Em educação a observação é metodologia fundamental para avaliar comportamentos complexos como as interações professor-aluno e aluno-aluno.
A observação científica não é simplesmente um olhar, mas um saber ver, identificar e descrever. No trabalho de campo, o observador deve possuir determinadas qualidades como:
  • Capacidade de concentração;
  •  Paciência;
  •  Espírito alerta;
  • Sensibilidade;
  •  Energia física para concretizar sua tarefa.
Desenvolvimento:

O que é observação?

O que podemos dizer de bem seguro é que se trata de um processo empírico por intermédio do qual usamos a totalidade dos nossos sentidos para reconhecer e registrar eventos factuais.
Em Educação a observação geralmente se realiza em ambiente natural.

Quando se leva em conta o tipo de estrutura, ela pode ser:
  • natural ou
  • artificial (em laboratório, sala especial, etc).

O grau de estruturação determinado pelo observador faz com que a mesma possa ser classificada como:
  • estruturada ou 
  •  não estruturada

Considerando-se o lugar assumido pelo observador, há dois tipos de observação:
  •   a participante e
  •  a não-participante

Para se obter êxito com a aplicabilidade da técnica de observação, considerando-a com qualquer que seja seu objetivo e finalidades, deve incluir quatro importantes questões:
  •  O que deve ser efetivamente observado;
  • Como proceder para efetuar o registro dessas observações;
  •  Quais os procedimentos a utilizar para garantir a validade das observações;
  • Que tipo de relação estabelecer entre observador e observado, qual sua natureza e como implementar esta relação. (Selltiz,1967, apud.VIANNA,2003, p.20).
 Na observação estruturada, que ocorre, em geral, dentro de laboratórios, o fato de ser a observação resultante possível da construção de um sistema de hipóteses. Nela o observador sabe o que deseja observar para o objetivo de seu trabalho, portanto ele deve organizar um planejamento para coleta e registro das observações.

Nas ciências ditas sociais o objeto de observação é a pessoa social, portanto o aspecto da subjetividade não pode ser desconhecido.

A observação estruturada

A observação estruturada em ciências sociais possui como dificuldade a adesão espontânea dos sujeitos, dependendo do grau de confiança que tenham no pesquisador e na confiabilidade da instituição por ele representada.

Podemos identificar as seguintes etapas:
  •  Identificar os objetivos do estudo;
  • Decidir sobre o grupo de sujeitos a observar;
  • Legitimar sua presença junto ao grupo a observar;
  • Obter a confiança dos sujeitos a observar;
  • Observar e registrar notas de campo durante semanas ou em período mais longo, conforme a natureza do estudo;
  • Gerenciar possíveis crises que possam ocorrer;
  • Saber retirar-se do campo de observação;
  • Analisar os dados;
  • Realizar um relatório sobre os dados obtidos;
Notas de Campo

As notas de Campo são registros, feitos imediatamente ou durante o contato do pesquisador com o grupo, objeto da pesquisa, para que não sejam esquecidas.

Das notas de campo deve constar o máximo de dados a respeito
  • Do que ocorreu
  • Em relação a que;
  • De quem disse;
  • Do que foi dito;
  • De quando ocorreu.
 

O observador trabalha com cinco elementos fundamentais:
  • As descrições das ocorrências;
  • Os elementos esquecidos que voltam à lembrança;
  •  Ideias analíticas e inferências, que são formas possíveis de analisar os dados, impressões e sentimentos;
  • Notas para futuras informações.

A análise de dados

A análise de dados geralmente é de base nominal, isto é, o pesquisador organiza em categorias, usando nomes, rótulos ou termos descritivos para constituir sua análise.

Vantagens das técnicas de observação:

  • Possibilitar a realização de estudos com maior profundidade do conjunto
  • Dos indivíduos;
  • Fornecer os dados diretamente das situações vivenciais;
  • Ser flexível, no caso da observação não-estruturada que possibilita, no campo das ciências naturais, a apreensão e coleta de dados.
A observação permite também ao pesquisador lidar com sujeitos que não possuam linguagem para verbalizar seus sentimentos e emoções.

Desvantagens da utilização pura da observação:

Uma das desvantagens da utilização pura da observação é a dificuldade de um repasse de dados qualitativos para quantitativos, já que a identificação das análises subjetivas são mais enfatizadas.

Outra desvantagem é não ser permitido fotografar e filmar em campo institucional, o que pode implicar perda de dados.

Tipos de observação:
  • Sistemática;
  •  Ecológica;
  • Etnográfica;
  • Etológica.
 A observação sistemática lança mão de procedimentos padronizados para obtenção de dados.

A observação naturalista é aquela que acontece no espaço do fenômeno que está sendo investigado.

- Observação em sala de aula: Que dados considerar? Os qualitativos e os quantitativos. Por que os dois? Porque eles se complementam. Quais são, objetivamente falando, os dados qualitativos? São eles:

 
 As observações qualitativas devem seguir normas para que não sejam impregnadas de subjetividade de quem realiza a observação.

Além disto, é prudente chamar atenção para o seguinte: partir de relatos de eventos ou de comportamentos, elas se fazem, porém devem ser fundamentadas em alguma teoria surgida da análise de conteúdo e das categorias pertinentes ao próprio material.

A observação pode ser ampla se o pesquisador iniciar imediatamente seu trabalho de campo; pontual, seletiva, se restrita a momentos do processo de investigação.

Qual é a sua luneta?

Nenhuma pesquisa é ingênua, nenhum pesquisador é neutro. As nossas convicções, os nossos valores e as “nossas teorias” nos conduzem na direção de conclusões, portanto, em pesquisa qualitativa, elas se fazem inevitavelmente presentes.

Portanto, a observação sempre deverá basear-se numa teoria, para que o leitor- interlocutor da pesquisa possa ler os dados e chegar a outras possíveis conclusões.

Neste sentido a teoria é a luneta que guia o pesquisador durante o processo de construção do projeto de pesquisa, obtenção e avaliação dos dados.

Na observação qualitativa, uma das abordagens muito utilizada é a corrente baseada na fenomenologia, cujo precursor é Maurice Merlau-Ponty.

 

 O interacionismo simbólico

Outra abordagem, utilizada em educação, está ligada ao interacionismo simbólico. Seu ponto de interesse são os símbolos, a linguagem, os gestos e o modo de as interações ocorrerem.

Ainda por prudência, acredite, toda linguagem é simbólica. O problema está em saber o que é símbolo.

O símbolo é um tipo de signo de caráter universal e de plena eficiência para a função pragmática da linguagem.

A observação pode auxiliar não só na apreensão de questões do cotidiano da escola, como as interações, mas também no próprio ato de observação, registro e descrição de comportamento.

Atualmente os sistemas de ensino nas séries iniciais utilizam relatórios descritivos como técnica. Estamos falando do registro de avaliação dos alunos feito pelo professor. Isto se dá como tentativa de apresentar mais dados qualitativos acerca do processo de aquisição de conhecimento dos alunos.

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