MÓDULO
1: LEITOR, LITERATURA, FORMAÇÃO E ESCOLARIZAÇÃO
AULAS:
1, 2, 3, 27, 28 + AC1 + MC1
AULA 1 - O QUE É, O
QUE É... LEITURA? LEITOR? LITERATURA?
Concepções de leitura:
- Concepção reduzida de leitura: privilegia a
decodificação dos símbolos gráficos, a compreensão das palavras e expressões e,
consequentemente, seu sentido mais imediato.
- Concepção ampliada de leitura: múltiplos sentidos
no texto, condições internas e externas, intertextualidade.
Quando lemos, estamos nos posicionando diante do
mundo.
Lemos de acordo com concepções que a partir das
nossas condições objetivas de vida (nossas experiências). Também devido à
condição étnica, geográfica, cultural, podemos acumular experiências - ou não -
que nos possibilitem ir além ou ficar aquém do texto que lemos. A produção de
leitura sofre a interferência de nossas possibilidades sobre ela.
Kramer apresenta uma visão de leitor: aquele que
indaga, busca, interfere, compartilha sentidos. Defende a leitura de um tipo de
texto - aquele que é capaz de inquietar.
Concepções de literatura:
- Era o saber, a cultura do letrado. Passa a ser
atividade e produção de alguém.
- Depois passa a ser o conjunto das obras literárias
de um país.
- Fenômeno literário - criação estética.
Literatura é forma de entender o mundo, trabalha
esteticamente com a língua - mas nem todos tem acesso. O livro nem sempre chega
a todos. Exclusão social: pessoas desprivilegiadas.
Para haver leitores, é preciso acesso irrestrito aos
livros (bibliotecas, livrarias, escolas).
AULA 2 - FORMAMOS
LEITORES... OU OS LEITORES SE FORMAM?
Experiências de leitores: ver páginas 25 e 26.
- O despertar do gosto da leitura está atrelado à
presença de agentes e formação, mediadores, 'pontes rolantes' que estimulam
esta interação leitor/texto literário.
- Importância do ambiente gerador de leitura para a
formação do leitor. Primeiras experiências: contextos familiares (leitores do
mundo e da palavra).
- O que está à mão do leitor? Pluralidade de livros
que cercam o leitor? Governo: o que tem feito? A escola tem a missão de
imprimir as primeiras marcas e experiências de leitura.
-
Prazer superficial: vivência de atividades de dinamização da leitura puramente
lúdicas – por meio de jogos e brincadeiras – que retratam obviedades contidas
no texto literário. Prazer essencial: experiências de leitura que procuram
desenvolver uma compreensão ampla e profunda, desvelando os sentidos essenciais
do texto literário a partir de atividades problematizadoras.
-
somos co-responsáveis (como educadores) pelo despertar do gosto pela leitura em
nossos alunos.
-
“A preocupação básica seria formar leitores porosos, inquietos, críticos,
perspicazes, capazes de receber tudo o que uma boa história traz, ou que saibam
por que não usufruíram daquele conto... Literatura é arte, literatura é
prazer... que a escola encampe esse lado. É apreciar – e isso inclui
criticar... (ABRAMOVICH, 1995, p. 148)
-
Os sujeitos-leitores se formam, a partir de uma realidade local, que é
múltipla, heterogênea e rica.
AULA 3 – PERGUNTA DOS TEXTOS LITERÁRIOS: POR QUE A ESCOLA NOS AZUCRINA?
-
Características dos textos trabalhados nas escolas: trechos retirados de obras
da literatura infantil, nacionais ou não. Pretexto para estudo gramatical. Não
se trabalha a produção escrita dos alunos.
-
Práticas escolares realizadas com textos literários: textos fragmentados ou não
de grandes obras da literatura infantil. Textos criados exclusivamente para
serem trabalhados com a temática de determinado capítulo. O texto fragmentado
não está contextualizado e não há uma síntese da obra citada. Muitos livros
didáticos não trazem referência ao (à) autor (a) daquele texto. Atividades de
ortografia, vocabulário e redação estão predominantemente desvinculados do
texto. O texto é pretexto para ensinar questões gramaticais.
-
Dessa forma, a leitura deixa um gosto amargo de leitura – não é uma tarefa
prazerosa.
-
Ver críticas de Silva e Kleiman (p. 43).
-
Cria-se uma barreira entre leitor/texto literário, na medida em que este último
não é entendido como uma linguagem artística. O gosto, o prazer do texto não
são levados em conta. Essa barreira não permite aos alunos-leitores conhecer
suas potencialidades figuradas, isto é, sua literariedade.
-
É importante uma visão ampliada de texto e a necessidade de se trabalhar com
gêneros textuais diferentes.
-
Refletir a experiência de leitura de Lia Luft na página 46.
Aula 27 – Habilidades, leitura e aplicação textual
– parte 1
A
educação assume o compromisso de promover a emancipação dos alunos-leitores,
por meio da interação com a linguagem e da atribuição de sentidos em relação
aos textos propostos. A conscientização a respeito dos aportes teórico –
práticos que sustentem os processos de promoção da leitura e de formação de
leitores que podem povoar o universo escolar é fundamental para a tomada de
decisões coerentes sobre para quem, como e para que planejar a prática de
leitura. Ezequiel Theodoro da Silva, o planejamento de práticas de leitura
significativas deve pautar-se no desenvolvimento de unidades de leitura. Estas
devem ser construídas a partir de uma organização articulada, coerente e coesa
de textos e atividades que levem o aluno-leitor à compreensão aprofundada de temas
e ao domínio de suas habilidades leitoras. Nesse sentido, são necessárias
tomadas de decisão antes, durante e após o desenvolvimento das unidades de
leitura relacionadas às perguntas “Por quê?”, “Para quem?”, “O quê?” e “Como?”,
que irão nortear os múltiplos caminhos metodológicos a serem trilhados. De
acordo com Ezequiel Theodoro da Silva, o planejamento de unidades de leitura
necessita estar assentado em uma teoria de leitura crítica, traduzida por
metodologias e atividades que estimulem a partilha e a produção de novos
sentidos para os textos selecionados a partir de um tema proposto. Na teoria de
leitura crítica proposta pelo autor, o encaminhamento da compreensão do
aluno-leitor prevê três habilidades importantes para sua formação: a
constatação (refere-se ao primeiro movimento de interpretação durante a
leitura); o cortejo ou reflexão (o aluno-leitor passa a realizar um movimento
intermediário, interagindo com pequenos grupos de colegas, a fim de partilhar
os sentidos produzidos na primeira etapa de contato com o livro selecionado,
nesse momento é importantes a troca de idéias, impressões e opiniões em relação
ao texto); e o terceiro movimento seria a transformação (em grupos, os
alunos-leitores produzirão outros sentidos para o tema apresentado, por meio de
situações desafiadoras proposta pelo professor. A partir dessas situações,
serão criadas outros textos vinculados às suas experiências de vida, ampliando
as possibilidades de significação atribuídas ao texto inicial).
Aula 28 – Habilidades, leitura e aplicação textual
– parte 2
Para que
a unidade de leitura a ser proposta desperte nos alunos leitores a motivação, a
criatividade, a imaginação e a produção de sentidos na interação com o texto
literário, o tema selecionado deve ser relevante e instigante para eles.
Tomando por base essas três habilidades e etapas apresentadas e o tema
proposto, torna-se relevante planejar o projeto de unidade de leitura. Este
deverá conter os objetivos, as atividades que serão desenvolvidas e as formas
previstas de avaliação deste processo. Planejar o projeto de unidade de
leitura, o qual deverá contemplar os objetivos das atividades, a seleção dos
livros de literatura que serão utilizados, as atividades que serão
desenvolvidas e as formas previstas de avaliação deste processo.
Por Paulo
Ávila – Tutor Presencial do CEDERJ (Polo Barra do Piraí)
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