sexta-feira, 5 de julho de 2013

RESUMO LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR (2013.1) - MÓDULO 3

MÓDULO 3: PROSA NARRATIVA
AULAS: 13, 14

AULA 13: ELEMENTOS DA NARRATIVA – PARTE 1
- Poesia narrativa: epopeias que exaltavam feitos de heróis que representavam seus povos, sua cultura, sua história, como grandes autores como Homero e Camões. Esses textos – epopeias – eram narrados em verso. Como contar esses feitos numa época em que a leitura e escrita eram privilégio de poucos? Por meio de versos decassílabos, rimados, que podiam ser repetidos e decorados, de pessoa a pessoa, de grupo em grupo, de povo em povo.
- Com o tempo, esses poemas narrativos originaram a narrativa, um dos gêneros literários, ao lado da lírica e do drama.
- É a 'ficcionalização' da realidade, alicerçada nas ações humanas, que confere à narrativa um estatuto diversos da lírica. Na narrativa, há um deslocamento do romancista do mundo objetivado que cria, ai contrário da lírica, em que o envolvimento do poeta com esse mundo criado é muito forte.
- Se a narrativa institui uma alteridade básica existente entre o autor e o mundo objetivado no seu romance, é natural que se estabeleça a 'verossimilhança' nesse texto literário.
- No texto 1 (p.86), que contém um trecho de um romance de Saramago, ocorre uma eleição em uma cidade em que os votos brancos são significativamente maior do que os votos válidos. Podemos argumentar que a situação é 'irreal' se compararmos à realidade. Mas desde quando o texto literário tem compromisso com a realidade? Seu compromisso é com a verossimilhança, e essa está garantida pelo autor, que objetiva o mundo, representando-o aos nossos olhos como um mundo cuja existência independe de nós.
- Há elementos que precisam estar presentes para que esse mundo encontre essa objetivação: os personagens, a ação, o tempo e o espaço, que criarão um ambiente para a verossimilhança.
Estrutura da narrativa: situação em equilíbrio (início da história), desequilíbrio (momento de tensão, que pode aumentar a sua intensidade e criar o conflito), clímax ( situação geradora do desequilíbrio alcança o auge, é o momento de maior tensão) e desfecho (final da história, seja qual for a solução encontrada para resolver o problema).
- Tempo: cronológico (começo, meio e fim; é a sucessão de acontecimentos na narrativa; corresponde ao tempo material, concreto, que de alguma forma é citado pelo autor); psicológico (é o tempo que se passa na cabeça do autor; compreende o que não é mensurável, como por exemplo, as lembranças de infância de um personagem ou reflexões que ele faz sobre situações que enfrenta). No tempo da narrativas, encontramos também o flashback, recurso que o autor utiliza quando quer recuar no tempo, trazendo o passado para o momento presente.
- Espaço: é o cenário em que se passam as situações narradas. Por vezes, o espaço assume importância capital no enredo, outras vezes é apenas pano de fundo para a construção do enredo.

AULA 14: ELEMENTOS DA NARRATIVA – PARTE 2
- Monteiro Lobato, Ruth Rocha e Ana Maria Machado representam 'marcos' do gênero narrativo infanto-juvenil, pelo pioneirismo de suas obras.
- a contemporaneidade da literatura infanto-juvenil , por sua vez, do gênero narrativo tende a ser verificada a partir da identificação de algumas características, tais como: a narrativa, quase sempre,  se inicia mostrando o motivo ou as circunstâncias que levaram à situação em torno da qual girará a história. Há uma preocupação com a forma como a história será contada ao leitor; a narrativa sem sempre é linear (começo, meio e fim): ela pode entremear experiências do passado com as do presente. A conclusão da história tende mais a problematizar de que a oferecer soluções e desfechos fechados para as situações apresentadas; os personagens podem ser representados de maneira satírica, questionadora e crítica (reis, rainhas, fadas, crianças etc.) ou tendem a ser membros de grupos, valorizando a turma, a patota; o conto prevalece entre as narrativas para a faixa infanto-juvenil, já o romance e a novela multiplicam-se para o público juvenil; o narrador se revela cada vez mais atento em relação à presença do leitor, demonstrando preocupação com a comunicação e com o alcance da história;  o ato de narrar é cada vez mais valorizado; o tempo é variável: tanto pode ser histórico como indeterminado; o espaço é variável: pode tanto representar um cenário simples como o dinamismo da ação; mais que oferecer exemplos ou conselhos, as narrativas contemporâneas se propõem a problematizar as situações da vida cotidiana, desenvolvendo no leitor um olhar crítico e criativo; o humor é valorizado nas obras do gênero narrativo;  há uma alternância entre a fantasia e a realidade nas narrativas; a linguagem visual (ilustrações, diagramação, cores etc.) é muito utilizada como recurso na confecção das narrativas literárias. Essas características revelam a busca do gênero narrativo pela renovação dos modos de escrever, produzir e confeccionar livros infanto-juvenis. Contribui com o “projeto lobatiano” de iniciar o público infantil no mundo da literatura de modo mais prazeroso, crítico e criativo.
- O movimento pós-lobatiano vem ganhando força desde 1970, e, de lá para cá, as abordagens do gênero narrativo têm buscado caminhos alternativos muito interessantes, buscando ir além de um estudo do gênero narrativo a partir do ensino da sintaxe ou de elementos presentes nas obras (personagens, tempo, espaço etc) e buscando caminhos mais interessantes para uma iniciação literária mais viva, crítica e criativa.

Por Paulo Ávila – Tutor Presencial do CEDERJ (Polo Barra do Piraí)



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